Cartola FC 2010 já começou!



Por Fábio Laudonio
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O reality game de futebol mais legal da internet está de volta! Para quem não conhece, o Cartola FC é um simulador da Globo.com onde você é o dono de um time, e tem que cuidar de tudo: desde a escalação até as finanças. Os jogadores são avaliados pelo desempenho que tem durante o Campeonato Brasileiro ( por isso, apostar em jovens promessas pode ser uma boa) e, se os atletas escolhidos tiverem uma boa atuação nos jogos, o clube fatura mais dinheiro e você pode comprar atletas ainda melhores.

O jogo está um pouco mais complicado esse ano em termos de escalar o time. Os jogadores top estão um pouco mais caros do que o habitual, por isso é interessante escalar um medalhão em cada setor e cobrir as outras posições com promessas ( pois é sempre bom ter um jogador que é digamos "garantia" de boas atuações).

Estou pensando em criar uma Liga para competir ( ano passado participei de algumas, mas meio que deixei meu time as traças e ele afundou...). Para quem quiser começar o game, segue o link do site do Cartola: http://sportv.globo.com/Sportv/2009/cartolafc/0,,17026,00.html . E, para mostrar que entendo um pouco de futebol, segue a escalação do meu time a la bom e barato para a primeira rodada do Brasileirão ( você pode escalar a equipe para essa rodada até o dia 8 de Maio, por isso não perca tempo!)

Nome do time: Eleven Heroes
Esquema tático: 3-5-2
Escalação:

Goleiro: Felipe (Santos)
Zagueiros: Gil (Cruzeiro), Neuton(Grêmio) e Alex Silva (São Paulo)
Meias: Paulo Henrique Ganso (Santos), Romerito (Goiás), Fabiano (Atlético Mineiro), Marcelo Oliveira (Grêmio Prudente) e Marlos (São Paulo)
Atacantes: Wellington Silva (Fluminense) e Muriqui (Atlético Mineiro)
Técnico: Silas (Grêmio)
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Enquete: Fernandão no São Paulo. Uma boa idéia?







Por Fábio Laudonio.

O tricolor se encontra no Peru para a primeira partida das oitavas de final da Libertadores contra o Universitário. Porém, a notícia que ronda os bastidores é sobre a vinda do atacante Fernandão, atualmente no Goiás, onde passa por uma péssima fase.

Contratado ano passado como uma das principais promessas do time que o revelou, o atacante parece ter rompido definitivamente com o clube. Suas más atuações, aliadas a brigas internas, onde sempre está envolvido, fazem de Fernandão uma verdadeira bomba relógio no elenco goiano.

Fernandão chegou ao Serra Dourada de helicóptero, e parece que vai ir embora da mesma forma...


O jogador nunca negou o fato de que vestir a camisa do tricolor é um sonho. Mas, assim como Washington, Fernandão traz más lembranças a nossa torcida. Ele foi um dos principais jogadores da campanha vitoriosa do Internacional na Libertadores 2006, vencida em cima do nosso tricolor, em dois jogos com falhas individuais ( Josué e Fernandão ).

O Goiás, por sua vez, tentou de todas as formas blindar o jogador das investidas do tricolor. Desde janeiro, o Sampa tentou, com todos os seus recursos, tirar o atacante do clube esmeraldino. Farpas foram soltas pelos dirigentes goianos, que afirmavam aos quatro ventos que o São Paulo é antiético em suas negociações, e que o jogador jamais sairia de lá para o tricolor.

O jogador é idolatrado no Inter. Depois da conquista do Mundial de Clubes de 2006, Fernandão chegou a virar boneco.

Hoje a história é outra. Com contrato perto do fim, o Goiás vê a possibilidade de perder o atleta praticamente de graça. Sua venda para o São Paulo livraria o elenco de um alto salário, que até agora não correspondeu ao investimento feito. E, para nós, será a consumação de um namoro que dura desde 2001, que só agora parece que está caminhando para um final feliz.

Eu, particularmente, acho Fernandão um ótimo jogador. É o típico centro avante trombador, que pode se arriscar até a jogar no meio. Em contrapartida, achei que anunciaram o atacante em momento errado. Washington já anda meio desgastado com o elenco, e será mais um desanimo para o atacante, que teria uma sombra de respeito em sua posição.

E você torcedor tricolor, gostaria de ver Fernandão com a camisa do São Paulo? Responda nos comentários.


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Porque duvidam de ti Corinthians?







Por Fábio Laudonio.

Uma campanha irretocável na primeira fase da Libertadores: 16 pontos e nenhuma derrota, o que deu ao Timão a primeira colocação geral do torneio continental e a vantagem de decidir todos os jogos da fase de mata mata no Pacaembu. Porém, mesmo com números significativos, o time de Parque São Jorge ainda convive com a desconfiança de alguns torcedores. Uma somatória de problemas parece ser o principal motivo. Eis alguns deles:

1 – A má fase de Ronaldo

Ronaldo é, sem dúvida, o principal jogador do Timão no ano do centenário. O atacante, que conquistou a Fiel ano passado com gols decisivos, parece viver hoje uma relação de amor e ódio com os torcedores. Poupado em vários jogos do paulistão, muito acima do peso (chegou no clube em 2008 com 96kg, hoje está com 101.) e as sucessivas lesões parecem ter tirado o rótulo de unanimidade do craque. Até o fato de o atacante fumar serve como pretexto para alguns torcedores pegarem no pé de Ronaldo. Mas, pelo que vejo, o que mais incomoda a Fiel é o fato do Fenômeno não mostrar muito esforço em melhorar a sua condição física, que, atualmente, é uma grande inimiga do atacante, e melhor amiga das lesões.


Ronaldo comemora gol no Paulistão do ano passado. Realidade muito distante da atual

Ontem, pela primeira partida das oitavas de final no Maracanã, contra o Flamengo, Ronaldo abraçou de vez a má fase. A bola parecia estar pegando fogo nos pés do atacante, que chegou a dominar a pelota várias vezes com a canela. Como se não bastasse tudo isso, o fato do Fenômeno ter declarado várias vezes que torce para o clube carioca pode ser o estopim para a paciência da torcida se esgotar.

Até a chuva, que inundou o Maracanã na noite de ontem, resolveu atrapalhar o atacante

2 - A contusão de Felipe


Se existe alguém que sabe o que é jogar no Corinthians, esse alguém é Felipe. O goleiro, de personalidade forte, já foi várias vezes do céu ao inferno. Em 2008, o arqueiro foi crucificado por boa parte da torcida pela perda do título da Copa do Brasil para o Sport Recife. Na época, o Timão havia vencido o primeiro jogo no Morumbi por 3 a 1, podendo assim empatar ou perder o segundo jogo por um gol de diferença para levantar a taça em Recife. Felipe, até então, vinha sendo o grande nome da campanha do alvinegro, com defesas decisivas. Porém, o goleiro falharia feio no segundo jogo, o que propiciou a vitória do Sport por 2 a 0, e a perda do titulo. O camisa 1 começaria a ouvir as criticas da Fiel...


No dia seguinte a perda da Copa do Brasil, o muro do Parque São Jorge apareceu pixado com frases de críticas ao goleiro alvinegro


Mas Felipe não iria desistir assim tão fácil. O goleiro se recuperou do baque, e correu atrás do prejuízo, deixando as criticas sobre o seu futebol de lado. O camisa 1 foi fundamental na campanha do Brasileirão da série B do mesmo ano, que trouxe o Corinthians de volta a primeira divisão de 2009. Como se não bastasse, o goleiro também teria atuações de gala nas campanhas vitoriosas do Paulistão e da Copa do Brasil de 2009, apagando de vez o trauma da final de 2008.


Felipe, depois de ser campeão da Copa do Brasil em cima do Internacional, resolve ironizar os colorados. Na época, o Inter havia feito um DVD dossiê que, segundo eles, continha vários lances em que o Corinthians teria sido beneficiado pela arbitragem durante a competição

Hoje, Felipe é uma unanimidade na meta alvinegra. A torcida sabe e confia no camisa 1 da equipe. Porém, o torcedor sempre teve uma pulga atrás da orelha com relação a seus substitutos diretos: Rafael e Julio César. A dupla reveza a posição quando o titular esta ausente do gol. O problema é que ambos não mostraram ainda que são substitutos a altura e, quando entram, oscilam entre ótimas e pífias atuações. Com a contusão de Felipe, um dos dois terá a dura missão de defender a meta alvinegra. E, dependendo da atuação do suplente, a volta pode acontecer tarde demais...

3 - Vendas de Cristian, Douglas e André Santos

O trio ajudou a compor a espinha dorsal do vitorioso time do ano passado. Com a saída deles, o Timão procurou se adaptar da melhor forma possível. Para substituir André Santos, o Corinthians repatriou o lateral esquerdo Roberto Carlos. Para a posição de volante, Ralf e Jucilei são os mais utilizados por Mano Menezes para suprir a ausência de Cristian. Já no meio campo, que era ocupado pelo eficiente Douglas, nenhum jogador parece ter agradado a Fiel. Danilo, ex São Paulo, que estava no futebol japonês, e Tcheco, ex Gremio, ainda não caíram nas graças da torcida Corintiana, que preferia ter mantido os três, pelo menos até o final da Libertadores 2010.

4 - A maldição do Centenário

Os clubes do Brasil não são muito felizes em anos de centenário. O Coritiba, ano passado, ganhou como presente uma queda a série B do Brasileiro. O Flamengo, quando chegou a essa idade histórica montou um verdadeiro esquadrão, que não chegou a nada. O Timão planejou ganhar de presente a Libertadores da América, um dos poucos títulos que faltam na galeria de conquistas do Parque São Jorge, quebrando assim o suposto azar dos anos de centenários.


Imagem do navio do clube. Uma das ações de marketing do Corinthians para celebrar o
centenário. O alvinegro completa oficialmente 100 anos no dia primeiro de Setembro.


5 - Obsessão pela Libertadores

O Timão participa esse ano da Libertadores pela oitava vez em sua história. Uma curiosidade é que o Corinthians sempre se classificou para a competição como campeão de algum torneio ( e uma vez apenas como vice campeão brasileiro, em 76). E o retrospecto do alvinegro não é dos mais agradáveis: o Timão jamais chegou à final da competição. E, para piorar, foi eliminado dois anos seguidos pelo arqui rival Palmeiras, em 99 e 2000. A campanha de 2000, inclusive, foi à melhor do time até hoje. Na ocasião, o Corinthians alcançou as semifinais, parando somente nas mãos do goleiro Marcos, em uma acirrada disputa de pênaltis. Marcelinho Carioca, que perdeu uma das cobranças, foi crucificado pela torcida.

Marcos comemora. Era o fim de mais uma campanha melancólica do Timão

Como se não bastasse, os três principais rivais do Corinthians já conquistaram a competição (São Paulo em 93,94 e 2005, Santos em 62 e 63, e o Palmeiras em 99), transformando o torneio em um motivo de chacota para os rivais, que cansam de ironizar o alvinegro pela falta da Libertadores. Ganhar a América no ano do centenário seria uma forma de calar a boca dos rivais, e engrandecer ainda mais o clube.

6 - Mano Menezes

Mano Menezes está trilhando um caminho oposto ao do goleiro Felipe. O treinador, que está no clube desde 2008, já deixou a muito tempo de ser uma unanimidade perante a Fiel. Mesmo com vários títulos, Mano Menezes atualmente é questionado por algumas opções táticas e técnicas que impõe a equipe. O rodízio a que o treinador submeteu o time durante o Paulistão irritou a torcida, que achou (e com razão, diga-se de passagem) que isso prejudicaria o entrosamento da equipe, que conta com vários jogadores recém chegados ao clube. A confiança cega do treinador em jogadores em má fase como Ronaldo e Tcheco, e a descrença em alguns que estavam em boa fase, como Iarley e Jorge Henrique, também contribuem para que o trabalho do treinador seja posto em cheque, deixando a Fiel com a pulga atrás da orelha.



Mano Menezes deixou de ser uma unanimidade, e atualmente convive com a desconfiança da torcida

E você torcedor alvinegro, confia plenamente no time para a disputa da fase final da Libertadores? Responda nos comentários.



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Seleções Inesquecíveis: O Começo e o Fim da Holanda de 1974 - Parte 2

Por Fábio Laudonio.

A imprensa continuava impressionada pela forma da Holanda jogar.O próximo compromisso da Laranja, contra a Suécia, foi um dos poucos empates sem gols da equipe com a formação tática do Carrossel. Mas nada que abalasse a confiança dos Holandeses na classificação a próxima fase da copa:

HOLANDA 0 x 0 SUÉCIA
19 de junho, 1974 - 19:30h
Dortmund, Westfalenstadion
Público: 53,700
Árbitro: Winsemann (Canadá)

HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegem (De Jong) e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.

SUÉCIA: Hellstroem, Olsson (Grip), Nordgvist, Karlsson e Andersson; Tapper (Person), Graham e Larsson, Edjersted, Edstroem e Sandberg.

Na última rodada, a Holanda encarou a Bulgária,e confirmou a escalação com um show de bola: 4 a 1,com o gol dos búlgaros sendo contra, marcado em uma infecilidade de Krol.

HOLANDA 4 x1 BULGÁRIA
23 de junho, 1974 - 16:00h
Dortmund, Westfalenstadion
Público: 52,100
Árbitro: Bosković (Austrália)
Gols: Holanda - Neeskens (pen) 5′, (pen) 44′, Rep 71′, de Jong 88′; Bulgária - Krol 78′ (g.c.)

HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegem e Neeskens; Rep, Cruyff e Resenbrink.

BULGÁRIA: Sataynov, Vassilev, Ikov, Velischov, Penev; Bonev, Stoyanov, Volnov, Panov (Borissov) e Denev (Michailov).

Classificada a segunda fase, a Holanda entraria em um grupo que continha Brasil, Argentina e Alemanha Oriental. Os hermanos foram os primeiros a provarem do veneno do Carrossel:

HOLANDA 4 x 0 ARGENTINA
26 de junho, 1974 - 19:30h
Gelsenkirchen, Parkstadion
Público: 55,348
Árbitro: Davidson (Escócia)
Gols: Cruijff 11′, 90′, Krol 25′, Rep 73′
HOLANDA: Jongbloed, Suurbier(Israel), Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegem e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.

ARGENTINA: Carnevali, Wolf (Glaría), Perfumo, Heredia, Sá, Valbuena, Telch, Squeo, Ayala, Yazalde e Houseman (Kempes).


Cruyff vence Carnevali

Na segunda rodada dessa nova fase, a Holanda enfrentou a Alemanha Oriental, e venceu fácil: 2 a 0. Agora, cabia aos holandeses quem iria a final contra a Alemanha Ocidental, em uma partida contra o Brasil:

ALEMANHA ORIENTAL 0 x 2 HOLANDA
30 de junho, 1974 - 16:00h
Gelsenkirchen, Parkstadion
Público: 67,148
Árbitro: Scheurer (Suíça)
Gols: Neeskens 7′, Rensenbrink 59′

HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegem e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.

ALEMANHA ORIENTAL: Croy, Kitsche, Weise, Branchs, Burbjuweit, Lauck, Sparwasser, Schnupasse, Hoffman, Lowe, Pommerenke.

O jogo contra o Brasil foi muito aguardado pelo público em geral. Porém, a seleção canarinho achava que somente a camisa seria suficiente para levá-los a final. Zagallo, em uma entrevista antes do jogo, disse não conhecer absolutamente nada sobre o adversário até então (e parecia não se importar muito com essa falta de conhecimento). A arrogância era tanta, que o treinador chegou a dizer que estava preocupado apenas com a Alemanha Ocidental, e que podia fazer um suco daquela imensa laranja...

Realmente, o currículo da Seleção Brasileira chegou a assustar um pouco os Holandeses. Cruyff, em seu livro sobre a Copa de 1974 intitulado “Futebol Total” confirmou: “Depois de meia hora de dificuldades, despojados já de qualquer temor, sacudindo o complexo de estar à frente dos invencíveis, perdemos todo o respeito por eles e pelo que sem dúvida são e significam na história do futebol”.

O Brasil, em campo, passou vergonha. Até hoje esse jogo é lembrado como o mais violento da história da Seleção Brasileira em Copas do Mundo. Um show de pontapés, provocações, e anti futebol, que contou até com a expulsão de Luis Pereira, depois de uma entrada violentíssima em Neeskens. Final de jogo: 2 a 0 para a Holanda, que era, naquele dia, o único time que entrou disposto a suar a camisa e a jogar futebol.

HOLANDA 2 x 0 BRASIL
3 de julho, 1974 - 19:30h
Dortmund, Westfalenstadion
Público: 52,500
Árbitro: Tschenscher (Alemanha Ocidental)
Gols: Neeskens 50′, Cruijff 65′

HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegem e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.

BRASIL: Leão, Zé Maria, Luís Pereira, Marinho Peres e Marinho Chagas; Paulo César Carpegiani, Rivelino e Dirceu; Valdomiro, Jairzinho e Paulo César Lima (Mirandinha).


Luís Pereira perde a cabeça, e agride Neeskens.


A Grande Final


O dia 7 de Junho de 1974 será lembrado para sempre como uma das datas mais importantes para o futebol holandês. É o dia em que a Laranja chegou pela primeira vez à final de uma Copa do Mundo, e sendo vista como a favorita diante do time da casa: A Alemanha Oriental, que contava com estrelas do calibre de Sepp Mayer e Franz Beckenbauer.

A torcida alemã lotou o estádio Olympiastadion, em Munique. Aproximadamente 75.000 pessoas acompanharam o jogo. E logo nos primeiros minutos, a Holanda parecia disposta a comprovar o porquê era a favorita a conquista do Mundial: Cruyff, logo aos dois minutos, penetra na área. Seu marcador Vogts o derruba com veemência: pênalti. Neeskens, o cobrador oficial da equipe cobra, sem chances para Sepp Mayer: Holanda 1 x 0 Alemanha Ocidental.

Neeskens cobra o pênalti, sem chances para Sepp Mayer

Mas, os alemães, sempre frios e calculistas, não se abateram diante do golpe sofrido logo no inicio do jogo, e cozinharam a partida. A Holanda, inexperiente em disputar finais de mundiais, se acomodou, e deixou-se levar pela catimba alemã. Até que, aos 25 minutos, pênalti de Jansen em Holzenbein. Paul Breitner, o batedor oficial da Alemanha Ocidental converte em gol e a história do jogo então mudaria. A armadilha do técnico Helmut Shoen, discípulo de Sepp Herberger, o técnico alemão campeão mundial de 1954, começava a funcionar.

Cruyff foi extremamente marcado na final

Chega o segundo tempo, e a Holanda tenta de todas as formas chegar ao segundo gol, porém Sepp Mayer e a sorte pareciam impedir o tento holandês. O zagueiro alemão Breitner chegou a salvar um gol quase que em cima da linha.

E o ditado do “quem não faz toma”, parecia que se tornaria realidade para a Holanda: Gerd Muller chegou a ter um gol anulado. Era o aviso de que algo estava muito errado aquele dia...

Sepp Mayer parou o ataque holandês

A Alemanha começa a dominar veementemente as jogadas de ataque. Num lance, Holzenbein sofre nova falta de Jansen, praticamente o mesmo lance do primeiro pênalti a favor da Alemanha. Mas, dessa vez, o árbitro inglês Jack Taylor não vê nada no lance. Tudo se encaminhava para uma decisão por pênaltis, quando aos 43 minutos, Gerd Muller, em um lance de puro oportunismo, estufa a rede, virando o jogo para a Alemanha: 2 a 1.

Fim de jogo. Franz Beckenbauer, comandante da Alemanha, sobe ao pódio para erguer a taça. Para a Holanda, ficaram dois alentos: o primeiro, de ter perdido para uma grande equipe, que atuava em sua própria casa, com o calor de sua torcida; o segundo, de ter entrado para a história do futebol como um alegre carrossel de colegiais, que, apesar de tudo, tinham como o único objetivo a satisfação de poder jogar futebol.

HOLANDA 1 x 2 ALEMANHA OCIDENTAL
7 de julho, 1974 - 16:00h
Munique, Olympiastadion
Público: 75,200
Árbitro: Taylor (Inglaterra)
Gols: Holanda: Neeskens 2′ (pen); Alemanha Ocidental: Breitner 25′ (pen) Müller 43′

HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen (De Jong) e Krol; Jansen, Van Hanegem e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink (René Van der Kerkhof).

ALEMANHA OCIDENTAL: Maier, Vogts, Shwarzenbeck, Beckenbauer e Breitner; Bonhof, Hoeness e Overath; Grabowisky, Muller e Holzeinbein.

Curiosidades:

  • Como a seleção holandesa era considerada a maior atração da Copa, espalhou-se o boato de que estrelas como Cruyff e Neeskens cobravam para dar autógrafos. Os jogadores da laranja logo desmentiram os boatos;
  • O goleiro Jan Jongbloed era especial em relação aos seus companheiros de seleção. Jogava num obscuro time, o Amsterdam Club, possuía uma tabacaria em Amsterdam e contava com uma contratação para um grande clube caso conquistasse o Mundial; Mais Jongbloed: o grande goleiro tinha pequenos defeitos visuais e precisava de lentes especiais para defender a meta holandesa;
  • Às vésperas da Copa, os jogadores holandeses ameaçaram entrar em greve caso não houvesse acordo com os dirigentes em relação ao pagamento de prêmios;
  • Devido à posição política da Holanda manifestada publicamente em apoio a Israel na questão do Oriente Médio na ocasião, os dirigentes holandeses temiam por manifestações palestinas. Até Cruyff foi ameaçado de seqüestro, provocando grande cautela, dificultando assim a aproximação de jornalistas;
  • Correu o boato que um vírus intestinal epidêmico contagiou a maioria dos titulares holandeses, sendo Cruyff o mais afetado, ameaçando presenças de alguns na partida contra a Bulgária;
  • Outro boato maldoso houve após o jogo contra o Brasil, de que o doping de Jansen e Neeskens teria dado positivo, classificando automaticamente o país sul-americano para a final contra a Alemanha. De concreto só houve o caso de doping do jogador haitiano Ernst Jean-Joseph;
Cruyff e a polêmica do uniforme

Apesar de sua bandeira possuir tem 3 cores: azul, branco e vermelho, e laranja na camisa, porque o laranja era a cor da Dinastia de Orange, a família real holandesa, desde os tempos de Maurício de Nassau.

Não havia, no início dos anos 70, o símbolo do fornecedor de material esportivo estampado no peito. A Holanda usava apenas as três listras de seu fornecedor oficial nos ombros, como símbolo de sua parceira comercial. Os holandeses usavam as camisas assim. A principal estrela, Johan Cruyff, não. Cruyff não aceitava utilizar um símbolo comercial numa camisa que vestia, sem receber nenhum dinheiro por isso. Para não comprometer o contrato, nem ficar sem a principal estrela da companhia, os dirigentes holandeses decidiram criar uma camisa especial para Cruyff. Uma com duas listras, em vez de três. Em todas as fotos e imagens, até hoje, é possível ver Cruyff com uma camisa com duas listras apenas, em vez das três envergadas por seus colegas.

Cruyff e sua eterna camisa 14


Que fim levou?

Jongbloed – O goleiro ainda participaria da Copa do Mundo de 1978 (onde seria novamente vice campeão, perdendo para os donos da casa, a Argentina). Possui o recorde de ter sido o jogador que mais vezes atuou pela Eredivise, a liga de futebol holandesa, com 707 partidas. Abandonou os campos em 1985, aos 45 anos.







Suurbier – O zagueiro Suurbier encerrou a carreira oficialmente em 1982 atuando pelo San Jose Earthquakes. Em 1983, foi convidado a ser auxiliar técnico no Golden Bay Earthquakes. Desde então, Suurbier não parou de crescer, e acabou virando treinador. Ele está desde 1994 no comando do St. Petersburg Kickers.








Arie Haan – O meia também seguiu a carreira de treinador, após se aposentar em 1984. Haan passou por polêmicas extra campo, como quando, revoltado após a marcação de um pênalti contra o seu time, na época o chinês Chongqing Lifan. Revoltado, Haan pegou um maço de dinheiro e esfregou na cara do árbitro, o que lhe rendeu uma suspensão de 3 partidas. Atualmente ele continua na Liga Chinesa, porém no comando do Tianjin Teda F.C.







Rijsbergen – O zagueiro, assim como a maioria de seus ex companheiros, virou treinador depois de pendurar as chuteiras, em 1986, quando atuava pelo FC Utrecht. Ele chegou a participar da Copa de 2006, como auxiliar técnico da seleção de Trinidad e Tobago. Logo depois, em 2007, se tornaria o treinador da mesma, o seu último trabalho até então. Hoje, se encontra afastado do futebol.







Krol – Krol acabou se tornando o capitão da seleção Holandesa na Copa de 78, depois que Cruyff se recusou a participar (segundo noticias da época, Cruyff não queria disputar uma copa num país que, na época, era dominado pela ditadura.). Krol se aposentou em 86, atuando pelo Cannes da França. Chegou a treinar a seleção do Egito em 96. Atualmente está no comando do Orlando Pirates.








Win Jansen - O meia aposentou-se em 1983. Começou então a carreira de treinador no seu ex clube, o Feyenoord. Depois de idas e vindas, indo treinar até a seleção da Arábia Saudita, Hansen voltou ao Feyenoord em 2005 para o cargo de conselheiro técnico, cargo que ocupa até hoje.









Van Hanegem – O volante se retirou dos gramados em 83. Possui frases históricas, como quando disse que jogava com ódio contra a Alemanha, segundo ele, por causa das inúmeras guerras. Hanegem perdeu a irmã, dois irmãos e o pai por conta de guerras contra a Alemanha. Tanto que, depois da confirmação da derrota na final em 74, o volante abandonou o campo em lágrimas, num misto de fúria e decepção. Seu último trabalho com o futebol foi em 2008, comandando a equipe do FC Utrecht.






Johan Neeskens – O meia ofensivo que, segundo muitos holandeses, é o segundo maior jogador da história do país ( perdendo apenas para Cruyff). Está na lista feita por Pelé, em Março de 2004, dos 125 maiores jogadores da história. Começou a carreira de treinador graças a um convite de Guus Hiddink, que o convidou para ser assistente técnico da Seleção Holandesa na Copa de 98, junto com outros ídolos de diferentes épocas da Holanda, como Frank Rijkaard e Ronald Koeman. Após a Copa, Neeskens continuou como assistente, dessa vez de Frank Rijkaard, durante a Eurocopa de 2000. Atualmente, Rijkaard e Neeskens voltaram a trabalhar juntos, mas dessa vez no comando do Galatasaray, da Turquia, nos mesmos cargos que ocuparam na Euro 2000.






Johnny Rep –
O meia direita aposentou-se em 1987, atuando pelo HFC Haarlem. Atualmente atua como olheiro do FC Omniworld.








Resenbrink – O atacante foi um dos poucos que não seguiram a carreira de treinador depois de se aposentar como jogador no Toulouse, em 82. Sem Cruyff, coube a ele ser a estrela da Holanda na Copa de 1978, onde marcou o gol de número 1000 das Copas, num jogo contra a Escócia. Resenbrink esteve bem perto de dar a Holanda o mundial de 78, depois que, no final do jogo, quando o placar estava empatado, chutou a bola na trave.
Curiosidade: O jogador brasileiro Rosembrink, atualmente no Ypiranga de Pernambuco, ganhou esse nome em homenagem ao atacante holandês.





Johan Cruyff – O maior jogador da história do futebol holandês (e, segundo muitos, o terceiro maior da história do futebol mundial, superado apenas por Maradona e Pelé) teve uma carreira vitoriosa, mesmo após a queda em 74. Um pouco antes do Mundial, Cruyff, que foi revelado pelo Ajax, foi transferido para o Barcelona (uma negociação tão cara que, na época, fez com que o clube o registrasse oficialmente como uma peça importada de máquina de agricultura, pois o governo espanhol não permitia cifras tão altas no futebol). Encerrou a carreira oficialmente no Feyenoord em 1984. Como treinador, conquistou títulos importantes, como a Liga dos Campeões de 92 pelo Barcelona.Cruyff era conhecido não só pelo talento com a bola, mas também com as palavras. Seu temperamento forte , com frases de efeito, renderam até um termo na Holanda, chamado "Cruijffiaans", ou "Cruijfismos" em português. Seguem algumas frases do craque:

  • A Alemanha não ganhou a Copa do Mundo. Nós a perdemos".
  • "Futebol é um jogo de erros. Aquele que fizer o menor erro, vence" ("Voetbal is een spel van fouten. Wie de minste fouten maakt wint.")
  • "É preciso chutar para poder marcar". ("Je moet schieten, anders kun je niet scoren.")
  • "Futebol é simples, mas o mais difícil é jogar futebol simples" ("Voetballen is heel simpel, maar het moeilijkste wat er is, is simpel voetballen")
  • "É melhor perder usando seus próprios pontos de vista do que os dos outros" ("Je kunt beter ten onder gaan met je eigen visie dan met de visie van een ander.")
  • "Se a bola está com a gente, eles não conseguem marcar gols" ("Als wij de bal hebben kunnen hun niet scoren.")
  • "Os italianos não podem vencer-nos, mas nós certamente podemos perder para eles" ("Italianen kunnen niet van ons winnen, maar we kunnen wel van ze verliezen.")
  • "Sem a bola, você não pode ganhar" ("Zonder de bal kun je niet winnen.")
  • "A velocidade é frequentemente confundida com o discernimento. Quando eu começo a correr antes dos restantes, pareço ser mais rápido" ("Snelheid wordt vaak verward met inzicht. Als ik eerder ga lopen dan de rest, lijk ik sneller.")
  • "Antes que eu cometa um erro, eu não cometo esse erro" ("Voordat ik een fout maak, maak ik die fout niet.")
  • "Toda desvantagem tem a sua vantagem" ("Elk nadeel heb z'n voordeel."
  • •"Para ganhar, você tem de marcar um gol a mais do que o adversário" ("Om te winnen moet je 1 goal meer scoren dan je tegenstander")
  • "Eu não sou religioso. Na Espanha, todos os 22 jogadores fazem o sinal da cruz antes de entrar no campo. Se isso funcionasse, seria sempre empate." (Ik geloof niet. In Spanje slaan alle 22 spelers een kruisje voordat ze het veld opkomen, als het werkt, zal het dus altijd een gelijkspel worden.)
E o seu mais famoso ditado: "o acaso é lógico" ("Toeval is logisch.")

Curiosidade: Cruyff costumava fumar 20 maços de cigarros por dia, até ser submetido a uma cirurgia cardiovascular em 1991, quando treinava o Barcelona. Ele largou o cigarro após a operação e, mais tarde, liderou uma campanha antifumo em prol do governo catalão.

Site Oficial: http://www.worldofjohancruyff.com


Rinus Michels – O treinador aposentou-se em 89. Em 1999 a FIFA o elegeu “Treinador do Século”. Faleceu no dia 3 de Março de 2005, vitima de complicações pós operatórias após uma cirurgia no coração.











Todos os gols da Holanda na Copa de 1974

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Joel Santana: Rei ou Bobo da Corte?




Por Fábio Laudonio.

No mundo do futebol, muita gente já quis ter para si o título de Rei do Rio: Túlio, quando jogava pelo Botafogo no título brasileiro de 95, Renato Gaúcho, depois de seu histórico gol de barriga pelo Fluminense no Campeonato Carioca, e até mesmo Romário já brigou ferrenhamente pela coroa de ser o mestre da cidade maravilhosa.

Mas, nenhum ostentaria tão bem esse cargo quanto Joel Santana. Domingo, o treinador conquistou o seu sétimo título carioca (único treinador, inclusive, a ter ganho o Campeonato Carioca pelos 4 grandes: Fluminense, Botafogo, Vasco e Flamengo). Também é dele o recorde de jamais ter perdido uma final de turno do Carioca (para quem não sabe, o Campeonato Carioca é feito em dois turnos: O primeiro, a Taça Guanabara, e o segundo, a Taça Rio. Caso o mesmo time conquiste os dois turnos, ele é declarado automaticamente Campeão Carioca. Mas, se os campeões dos dois turnos forem diferentes, temos mais dois jogos entre os vencedores dos turnos para ai sim conhecermos o Campeão Carioca). Mas, porque Joel Santana carrega consigo a fama de treinador folclórico, e até um pouco fanfarrão? Bom, para isso, irei explicar agora um pouco mais sobre a história dessa curiosa figura do futebol brasileiro.

Várias situações bizarras (e ao mesmo tempo engraçadas) acompanham o treinador desde o seu nascimento. A começar pelo seu sobrenome. Joel Natalino Santana nasceu no dia 25 de Dezembro de 1948 (Natalino nascido no dia de Natal.). Iniciou a carreira de jogador atuando como zagueiro pelo Vasco da Gama (já tardiamente, com exatos 23 anos de idade, porém não passaria em branco, conquistando o título de campeão carioca de 1970). Vendo que não tinha muito jeito pra coisa, Joel decidiu se aposentar com 30 anos e seguir a carreira de treinador, onde, segundo ele, teria mais chance de fazer sucesso no futebol.

Joel Santana ( a direita ), caminha ao lado de Dunga, na época em que atuava como zagueiro pelo Vasco.

Como tudo na vida é difícil, Joel começou a sua carreira como treinador pelo então desconhecido Al Wasl FC, dos Emirados Árabes (time que até hoje conquistou sete títulos da Liga dos Emirados Árabes). Joel passou quatro anos no clube, sem ganhar absolutamente nada. Decidiu então voltar ao Rio de Janeiro, mais especificamente pra o clube que o revelou para o futebol: O Vasco da Gama.

No Vasco, Joel não foi tão feliz, e ficou pouco mais de um ano (Entre 1986 e 1987). O treinador, então, resolveu se mudar e treinar o Al Hilal, da Arábia Saudita. Joel até tentou voltar ao Rio, comandando o América, mas não deu certo, e voltou para a Arábia. Somente em 92 Joel se consagraria como um treinador top do futebol do Rio, voltando definitivamente para ficar.

No Campeonato Carioca daquele ano, Joel levou o Vasco da Gama ao título, conquistado de forma invicta. No ano seguinte veio o bi campeonato. O treinador ainda conquistaria o título carioca como treinador em mais cinco oportunidades (Fluminense em 1995, Flamengo em 1996 e 2008, e pelo Botafogo em 1997 e 2010). O título desse ano o aproxima de Flávio Costa, o recordista de taças cariocas, com oito conquistas.


Flavio Costa ainda é o recordista de títulos do Campeonato Carioca

Na maioria de seus títulos, Joel pegou um grupo de jogadores limitados e desacreditados, e os transformou em verdadeiros guerreiros, o que lhe rendeu a fama de treinador apaziguador de crises. Porém Joel já mostrou a sua capacidade tática em algumas oportunidades.

Em 2000, Joel foi chamado para treinar o Vasco, na última partida da final diante do Palmeiras, pela extinta Copa Mercosul. Jogando fora de casa, o Vasco foi sufocado no primeiro tempo pelo Palmeiras, que ainda contava com alguns atletas remanescentes da era vitoriosa da Parmalat. 3 a 0 parecia ser um placar impossível de ser revertido em 45 minutos. Mas a estrela do treinador parece brilhar em momentos decisivos e, com um show de Romário, o Vasco sagrou-se campeão com o incrível placar de 4 a 3, em pleno Palestra Itália.

Os gols comentados por quem jogou essa épica partida.



Local: Palestra Itália (São Paulo)
Data: 20 de dezembro de 2000
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (MG)
Gols: Arce aos 36, Magrão aos 37 e Tuta aos 45 minutos do 1º tempo; Romário aos 14, 23 e aos 48; Juninho Paulista aos 40 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Flávio e Juninho (Palmeiras); Hélton, Odvan, Jorginho Paulista e Nasa (Vasco).
Expulsão: Júnior Baiano aos 32 minutos do 2º tempo.

PALMEIRAS
Sérgio, Arce, Gilmar, Galeano e Tiago Silva; Fernando, Magrão, Taddei e Flávio; Juninho e Tuta (Basílio). Técnico: Marco Antônio.

VASCO
Hélton, Clébson, Odvan, Júnior Baiano e Jorginho Paulista; Jorginho (Paulo Miranda); Nasa (Viola), Juninho e Juninho Paulista; Euller (Mauro Galvão) e Romário. Técnico: Joel Santana.


Romário, sempre provocativo, mandando a torcida do Palmeiras calar a boca em pleno Palestra Itália

As vitórias emblemáticas não são as únicas que perseguem o treinador. As derrotas impossíveis também parecem viver no encalço de Joel, mistificando-o ainda mais, seja para o bem, seja para o mal. Uma delas é bem recente, e até hoje causa um frio na espinha da maior torcida do Brasil...

Libertadores de 2008. Joel, depois de mais uma conquista de Campeonato Carioca, parecia inabalável no comando do grupo rubro negro que almejava agora mais uma conquista, dessa vez internacional. O time enfrentaria nas oitavas de final o América do México. Na primeira partida ocorrida em solo mexicano, o Flamengo atropelou os donos da casa pelo placar de 4 a 2, saindo com uma bela vantagem para decidir o confronto em seus domínios.

Gols da vitória do Flamengo no México

Data: 30/04/2008 (Quarta-feira)
Local: Estádio Azteca, Cidade do México (MEX)
Árbitro: Carlos Chandía (CHI)
Auxiliares: Lorenzo Acuña (CHI) e Patricio Basualto (CHI)
Cartões amarelos: Villa e Esqueda (América); Jaílton e Bruno (Flamengo)
Gols: Marcinho, aos 43, Cervantes, aos 45 minutos do primeiro tempo; Marcinho, aos 24, Mosqueda, aos 26, Diego Tardelli, aos 42, Leonardo Moura, aos 47 do segundo tempo

AMÉRICA-MEX
Ochoa, Sebá, Cervantes e Rodríguez (Higuain); Castro, Mosqueda, Villa, Silva e Rojas; Esqueda e Cabañas.
Técnico: Rubin Omar Romano

FLAMENGO
Bruno, Luizinho, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan (Leonardo Moura); Jaílton, Cristian (Diego Tardelli), Ibson e Kleberson; Marcinho e Souza (Obina).
Técnico: Joel Santana

Nesse ínterim, Joel recebeu uma proposta para ser o técnico da África do Sul. O jogo de volta, no Maracanã, seria a despedida dele do Flamengo. Por isso, os torcedores rubro negros resolveram encher o estádio, e prestar sua homenagem ao treinador, que foi ovacionado ao entrar em campo. Pena que, naquele dia, somente Joel pareceu ter entrado em campo. Numa partida irreconhecível, o Flamengo foi humilhado pelo América por 3 a 0, com dois gols do Paraguaio Salvador Cabañas ( que hoje luta para voltar ao futebol, depois de ter tomado um tiro na cabeça, durante uma discussão em um bar no México esse ano). A saída, que era vista como festiva, acabou se tornando melancólica.

Lances da triste despedida do Flamengo da Libertadores 2008

Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Árbitro: Alfredo Intriago (EQU).
Renda: R$ 1.031.926,00.
Público: 47.115 pagantes.
Cartões amarelos: Leonardo, Marcinho, Rojas, Esqueda, Rodrigues e Villa.
Cartão vermelho: Juan.
Gols: Cabañas, aos 20'/1T e 32'/2T e Esqueda, aos 38'/1T.

Flamengo
Bruno; Leonardo Moura, Leonardo, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton (Renato Augusto), Kléberson (Obina), Ibson e Toró; Marcinho e Souza (Diego Tardelli).
Técnico: Joel Santana.

América-MEX
Ochoa; Sánchez, Sebá e Rodríguez; Castro, Villa, Argüello (Mosqueda), Silva e Rojas; Esqueda (Iñigo) e Cabañas (Higuaín).
Técnico: Juan Luna.

Joel Santana lamenta a vergonhosa eliminação diante do América do México, em pleno Maracanã.

Na África do Sul, Joel alternou entre bons e maus momentos. Porém, o treinador acabou virando um verdadeiro hit, mas fora de campo. Nessa época, Joel tinha que se explicar aos repórteres em inglês. Um vídeo de uma entrevista sua, tentando explicar as táticas do time em um inglês extremamente ridículo foi posto na internet, e gerou gargalhadas pelo mundo afora. O sucesso foi tanto que a entrevista virou até uma musiquinha remixada pelo site Bola Nas Costas do Globo Esporte.

Entrevista original de Joel Santana em inglês.



Funk baseado na entrevista do Joel


As peripécias extra campo de Joel Santana não param por ai. O treinador leva consigo atitudes folclóricas, como a velha e batida prancheta, que leva em todos os jogos. Joel jamais revelou o conteúdo da mesma, mas é uma companheira inseparável no banco de reservas, e nem o mais moderno Iphone parece tentá-lo a aposentar a companheira.

Joel na África do Sul: A amiga prancheta o acompanha aonde for....


Esse é Joel Santana. Vivendo sempre na berlinda do amor e do ódio entre os torcedores. No próprio Botafogo, onde foi campeão recentemente, o treinador já coleciona um vexame. Uma semana antes da conquista do Carioca, Joel e sua equipe foram eliminados da Copa do Brasil, em pleno Engenhão para o Santa Cruz, que hoje amarga a Quarta Divisão do futebol brasileiro. Sorte que, para Joel, suas conquistas são mais lembradas que seus erros, e será dele a tarefa de inaugurar a calçada da fama dos treinadores no estádio do Maracanã, para ficar eternizado no futebol carioca pelos seus inúmeros acertos de rei, que acabam ofuscando os seus poucos erros de bobo da corte.

Todos os títulos de Joel Santana:

Jogador

Vasco da Gama
  • Campeonato Brasileiro: 1974
  • Campeonato Carioca: 1970
América de Natal
  • Campeonato Potiguar: 1974, 1977, 1979 e 1980

Treinador

Vasco da Gama
  • Copa João Havelange: 2000 (assumiu o time na partida de volta da semifinal)
  • Copa Mercosul: 2000 (assumiu o time na última partida da final)
  • Campeonato Carioca: 1992 e 1993
  • Taça Guanabara: 1992
  • Taça Rio: 1993
Bahia
  • Campeonato Baiano: 1994 e 1999
Fluminense
  • Campeonato Carioca: 1995
Flamengo
  • Campeonato Carioca: 1996 e 2008
  • Taça Guanabara: 1996 e 2008
Botafogo
  • Campeonato Carioca: 1997 e 2010
  • Taça Guanabara: 1997 e 2010
  • Taça Rio: 1997 e 2010
Vitória
  • Campeonato Baiano: 2002 e 2003
  • Copa do Nordeste: 2003

Entrevista de Joel concedida ao programa do Jô no dia 16/03/2010:


Parte 1




Parte 2

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