Falta raça ao São Paulo?



A pergunta que ilustra o título desse post é exatamente a mesma que me fiz ao sair ontem do Morumbi, depois de mais uma derrota em clássicos decisivos.

Não acho normal uma equipe ser tão derrotada pelos rivais regionais como anda acontecendo com o tricolor. Desde 2007 consigo contar nos dedos os jogos que vencemos diante de Palmeiras, Corinthians e Santos. Agora os que perdemos já não teria mãos para enumera-los.

Concordo com quem disse que Carpegiani substitui errado e está escalando mal a equipe (volto a dizer que acho uma verdadeira demência colocar três velocistas em campo sem nenhum finalizador na área). Acho um esquema tático porco, e falho, e os últimos resultados que obtivemos ( vitórias magras e suadas contra times inexpressivos por 1 a 0) provam que minha opinião pode não estar tão longe assim da realidade.

Hoje aproveitei a folga do domingão de feriado e resolvi assistir a outra semi final, envolvendo Palmeiras e Corinthians. O verdão teve o zagueiro Danilo expulso logo no começo do jogo, depois de uma falta dura em Liedson. O Corinthians, por sua vez, tem uma equipe hoje um pouco inferior aos demais rivais.

Ambas as equipes, cada uma com seu calcanhar de áquiles , correram os noventa minutos, com jogadores dando carrinho até a bandeirinha, mostrando uma vontade tenebrosa de vencer a partida e humilhar seu rival regional.

Já no jogo de ontem pude perceber que, além dos problemas de desfalques e escalações, o São Paulo padece de não ter um, digamos assim espirito de clássico. O time entra para um jogo de tamanha importância como se fosse uma simples partida contra o Linense às 16 da tarde em Lins...

Um lance que ilustra bem essa suposta apatia é o do segundo gol do Santos: Neymar entra na área e para, isso mesmo para, fica um tempaço com a bola no pé tendo um zagueiro tricolor a sua frente. Ele espera Paulo Henrique Ganso chegar até a área e rola na maior tranquilidade para o meia santista estufar as redes.

Penso que um clássico é como se fosse uma guerra (no bom sentido). Não se pode entrar numa partida de tamanha importância para o torcedor como um jogo qualquer. Alguns atletas do tricolor andam saindo de campo com o uniforme limpinho...

Gostaria que os jogadores tivessem o espirito de um atleta que ano passado foi muito criticado, mas que hoje, na minha visão, é o pulmão do time: Carlinhos Paraíba. Ele foi um dos poucos ontem que incorporou o espirito de um clássico, ao tentar tomar a bola, caído no chão, no meio de três santistas.

Não acho sinceramente que mudar o treinador cure 100% desse mal. É preciso, a meu ver, uma mudança de postura séria. Entenderem que em clássicos não se pode brincar, tem que correr, dar carrinho, gritar, sujar o uniforme em pról da vitória, coisa que anda muito longe dos lados do Morumbi....

Por Fábio Laudonio
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A Hipocrisia chegou ao futebol?


Por Fábio Laudonio

E finalmente acabou a primeira fase do Paulistão. Para os sádicos, essa fase inicial foi um prato cheio. Já para os lúcidos, uma agonia que parecia interminável: Nada como jogar exatas 19 rodadas para acabar o turno na liderança e jogar tendo embaixo do braço apenas a "vantagem" de poder decidir o jogo em casa. Empate? Saldo de gols? Nada disso existe no maravilhoso mundo de regras do Campeonato Paulista...

Acho o regulamento do Paulistão fraquissimo o e não há quem possa me convencer do contrário: Jogos desinteressantes, equipes fracas, vantagem pífia para quem se classifica nas primeiras posições e por ai vai.

Veja por exemplo a diferença do campeonato carioca. Mesmo sendo de um nível infinitamente mais fraco do que o paulistão, o regulamento do torneio acaba engradecendo a sua forma de disputa: Dois turnos, com os campeões de cada turno disputando a final numa melhor de dois jogos. Caso a mesma equipe vença os dois turnos é sagrada campeã carioca automaticamente.

Não vejo porque São Paulo tenha que parecer alheio ao que dá certo (se o regulamento do carioca fosse ruim, o Rio Grande do Sul não o copiaria, por exemplo). Isso me parece um orgulho besta de admitir que o Rio de Janeiro implantou um sistema de campeonato estadual muito mais efetivo e emocionante do que o nosso.

Mas, pior do que isso, é ter que ouvir, depois de 19 rodadas, jogadores reclamando que não terão nenhuma vantagem na fase mata mata além de poder decidir as partidas em casa. Ora bolas, o regulamento não é a mesma porcaria desde o começo do campeonato? Porque não exigiram mudanças antes do torneio começar? Acho que chorar agora depois que classificou em primeiro ou segundo, com uma penca de pontos na frente do sétimo colocado, por exemplo, me parece muito hipócrita.

E você leitor do blog, o que acha do regulamento do Paulistão? Acha justo os jogadores e treinadores reclamarem do regulamento do campeonato só agora? Responda nos comentários.

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A lição do gol 100 de Ceni


Por Fábio Laudonio


Primeiramente Gostaria de pedir desculpas aos leitores do blog ( pela enésima vez ). Meu tempo anda muito escasso e, muitas vezes, acabo não postando com a frequência que esse nobre espaço merece.

Tivemos muitos acontecimentos marcantes no esporte nesse grande hiato que tivemos aqui no blog. O mais emblemático deles, é claro, foi o centésimo gol de Rogério Ceni. Quem, assim como este que vos escreve, esteve na Arena Barueri no último dia 27 de março presenciou um momento mágico da história do futebol.

No estádio pude perceber o quanto os companheiros de Ceni comemoraram o gol marcado por seu capitão. Muitos ex jogadores, goleiros que tomaram um gol do arqueiro artilheiro deram, durante a semana, os parabéns ao feito do goleiro são paulino

Isso me fez lembrar algo que sempre pensei: Você não vence sozinho na vida. Cada treinador que passou pelo São Paulo, desde Muricy Ramalho, que o deixou cobrar faltas, até essa segunda passagem do Carpegiani tem em seus trabalhos sua parcela pelo sucesso. Os jogadores, que deixaram de bater faltas pelo respeito ao goleiro matador.Os adversários, que sempre valorizavam defender uma falta batida cirurgicamente por Ceni.

Mais do que um recorde alcançado, o gol 100 de Ceni prova que, com a ajuda de outras pessoas, e acreditando no seu potencial você sempre poderá voar mais alto.
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Uma criança com seu olhar.....


Por Fábio Laudonio

Não sou uma pessoa que escreve textos a esmo para aparecer, ou mesmo ser uma pessoa que gosta de redigir sem ter uma ideia fixa, a ficar olhando para a tela do pc em busca de alguma inspiração. Curto escrever textos sobre temas que me surgem durante o dia a dia. Ontem, no molhado Morumbi, presenciei uma cena que me fez refletir algumas coisas.

Quem me conhece bem sabe que adoro futebol (ia falar amo mas acho a palavra amo muito forte pra ser usada a esmo ). Quando criança minha mãe queria porque queria que torcesse para o Palmeiras ( por causa da descendência italiana da família), mas não conseguia sentir nada por aquele time de verde.

Curtia mais assistir aos jogos com meu pai de uma certa equipe que despontava para o futebol nacional, tentando ainda se afirmar como uma grande potência em sua própria cidade. Desde que me conheço por gente acompanho o São Paulo como um pai exigente acompanha o filho: Critico pesado quando tem que criticar, e elogio como tem que elogiar. Nem mais, nem menos.

Resolvi ir ao Morumbi ontem para ver São Paulo e Palmeiras com um amigo e a namorada dele. Uma chuva infernal caiu sobre São Paulo, me fazendo imaginar que São Pedro vive em uma banheira e nós somos o ralo onde ele escoa toda sua água.

No meio da chuva resolvemos nos abrigar em um local coberto, perto da entrada dos ônibus dos jogadores. Nisso, um menino, que tinha vindo pela primeira vez ao estádio grita com entusiasmo para o pai: “Pai, olha isso, o São Paulo está chegando”. O pai sorriu com a afirmação contente do filho, que parecia ter esquecido a chuva que havia tomado alguns minutos antes.

Numa fração de segundos, o garoto começou a questionar ao pai se podia entrar em campo com os jogadores. O pai respondeu que não dava. Nisso um segurança do Morumbi virou para o garoto e disse: “criança, venha no Morumbi um outro jogo e com duas horas de antecedência “. O menino abriu aquele sorriso maroto de criança e disse: “Poderei conhecer o Rogério Ceni?”.

Isso me fez ver sobre a importância de termos profissionais gabaritados para orientar os jogadores de que eles não são só operários fazendo uma obra no gramado, e sim fonte de esperanças e alegrias de várias crianças como a que presenciei ontem.

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E ainda se fala da taça das bolinhas...



Por Fábio Laudonio

Primeiramente gostaria de pedir desculpas por minha quase eterna ausência no Blog. Ficar mais de um mês sem postar não é digno de um blogueiro (se é que posso me proclamar assim).

As últimas semanas foram muito movimentadas no mundo da bola (aposentadoria do Ronaldo, Roberto Carlos indo para a Rússia, seleção sub 20 sendo campeã e dando show) e por ai vai.

Porém, o principal assunto da mídia esportiva foi à decisão estapafúrdia da CBF de entregar a taça das bolinhas para o São Paulo e, na semana seguinte, homologar o título de 87 do Flamengo e pedir a taça de volta!

Não me surpreendi com essa decisão, pois a CBF é especialista quando se fala na politica do pão e circo. Sempre quando citam o nome Ricardo Teixeira eu o imagino como aqueles donos de emissoras do interior: sentado com os pés na mesa, calçando um par de chinelos havaianas com um palito na boca. O típico coronel tupinambá.

Achei que o picadeiro havia encerrado suas atividades depois que os títulos homologados a Palmeiras e Santos (que pasmem fez o verdão ser campeão brasileiro duas vezes no mesmo ano) tinham sido proclamados pela imprensa aos quatro ventos. Mas, em se tratando de CBF e seus micos amestrados, sempre podemos nos surpreender...

Não vou ficar aqui explicando o que aconteceu na famigerada e já morta (porem jamais enterrada) Copa União (essa sim merecia o apelido de Jason). Todos já cansaram de ouvir essa historinha nefasta sem pé nem cabeça que assombra os sonhos de alguns torcedores.

Eu acho que o Flamengo foi o campeão de 1987 (tudo bem que sem chancela da CBF na época poderia ser considerado um torneio quase que pirata). E também acho que o Sport foi campeão.
O que não entendo é: Porque o Flamengo, que no caso seria penta desde 1992 foi correr atrás da taça das bolinhas só depois que outro clube alcançou o feito do penta nacional? Arrogância? Desleixo? Nunca saberemos.

A única certeza que temos é: A CBF conseguiu finalmente minar o clube dos 13. Ela fez com que os três clubes de maior torcida do país (Corinthians, Flamengo e São Paulo) se odeiem. Com isso, o caminho estará livre para Ricardo Teixeira e a Globo continuarem a mandar e desmandar no futebol brasileiro por muitos e muitos anos.

E a taça das bolinhas? Bom, a taça das bolinhas não passa de um objeto de mau agouro, que simboliza tudo que é de podre na história do futebol brasileiro, e devia ser derretida como símbolo de uma era que ainda estamos tentando esquecer...


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