domingo, 1 de maio de 2011

Falta raça ao São Paulo?



A pergunta que ilustra o título desse post é exatamente a mesma que me fiz ao sair ontem do Morumbi, depois de mais uma derrota em clássicos decisivos.

Não acho normal uma equipe ser tão derrotada pelos rivais regionais como anda acontecendo com o tricolor. Desde 2007 consigo contar nos dedos os jogos que vencemos diante de Palmeiras, Corinthians e Santos. Agora os que perdemos já não teria mãos para enumera-los.

Concordo com quem disse que Carpegiani substitui errado e está escalando mal a equipe (volto a dizer que acho uma verdadeira demência colocar três velocistas em campo sem nenhum finalizador na área). Acho um esquema tático porco, e falho, e os últimos resultados que obtivemos ( vitórias magras e suadas contra times inexpressivos por 1 a 0) provam que minha opinião pode não estar tão longe assim da realidade.

Hoje aproveitei a folga do domingão de feriado e resolvi assistir a outra semi final, envolvendo Palmeiras e Corinthians. O verdão teve o zagueiro Danilo expulso logo no começo do jogo, depois de uma falta dura em Liedson. O Corinthians, por sua vez, tem uma equipe hoje um pouco inferior aos demais rivais.

Ambas as equipes, cada uma com seu calcanhar de áquiles , correram os noventa minutos, com jogadores dando carrinho até a bandeirinha, mostrando uma vontade tenebrosa de vencer a partida e humilhar seu rival regional.

Já no jogo de ontem pude perceber que, além dos problemas de desfalques e escalações, o São Paulo padece de não ter um, digamos assim espirito de clássico. O time entra para um jogo de tamanha importância como se fosse uma simples partida contra o Linense às 16 da tarde em Lins...

Um lance que ilustra bem essa suposta apatia é o do segundo gol do Santos: Neymar entra na área e para, isso mesmo para, fica um tempaço com a bola no pé tendo um zagueiro tricolor a sua frente. Ele espera Paulo Henrique Ganso chegar até a área e rola na maior tranquilidade para o meia santista estufar as redes.

Penso que um clássico é como se fosse uma guerra (no bom sentido). Não se pode entrar numa partida de tamanha importância para o torcedor como um jogo qualquer. Alguns atletas do tricolor andam saindo de campo com o uniforme limpinho...

Gostaria que os jogadores tivessem o espirito de um atleta que ano passado foi muito criticado, mas que hoje, na minha visão, é o pulmão do time: Carlinhos Paraíba. Ele foi um dos poucos ontem que incorporou o espirito de um clássico, ao tentar tomar a bola, caído no chão, no meio de três santistas.

Não acho sinceramente que mudar o treinador cure 100% desse mal. É preciso, a meu ver, uma mudança de postura séria. Entenderem que em clássicos não se pode brincar, tem que correr, dar carrinho, gritar, sujar o uniforme em pról da vitória, coisa que anda muito longe dos lados do Morumbi....

Por Fábio Laudonio

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