Uma criança com seu olhar.....


Por Fábio Laudonio

Não sou uma pessoa que escreve textos a esmo para aparecer, ou mesmo ser uma pessoa que gosta de redigir sem ter uma ideia fixa, a ficar olhando para a tela do pc em busca de alguma inspiração. Curto escrever textos sobre temas que me surgem durante o dia a dia. Ontem, no molhado Morumbi, presenciei uma cena que me fez refletir algumas coisas.

Quem me conhece bem sabe que adoro futebol (ia falar amo mas acho a palavra amo muito forte pra ser usada a esmo ). Quando criança minha mãe queria porque queria que torcesse para o Palmeiras ( por causa da descendência italiana da família), mas não conseguia sentir nada por aquele time de verde.

Curtia mais assistir aos jogos com meu pai de uma certa equipe que despontava para o futebol nacional, tentando ainda se afirmar como uma grande potência em sua própria cidade. Desde que me conheço por gente acompanho o São Paulo como um pai exigente acompanha o filho: Critico pesado quando tem que criticar, e elogio como tem que elogiar. Nem mais, nem menos.

Resolvi ir ao Morumbi ontem para ver São Paulo e Palmeiras com um amigo e a namorada dele. Uma chuva infernal caiu sobre São Paulo, me fazendo imaginar que São Pedro vive em uma banheira e nós somos o ralo onde ele escoa toda sua água.

No meio da chuva resolvemos nos abrigar em um local coberto, perto da entrada dos ônibus dos jogadores. Nisso, um menino, que tinha vindo pela primeira vez ao estádio grita com entusiasmo para o pai: “Pai, olha isso, o São Paulo está chegando”. O pai sorriu com a afirmação contente do filho, que parecia ter esquecido a chuva que havia tomado alguns minutos antes.

Numa fração de segundos, o garoto começou a questionar ao pai se podia entrar em campo com os jogadores. O pai respondeu que não dava. Nisso um segurança do Morumbi virou para o garoto e disse: “criança, venha no Morumbi um outro jogo e com duas horas de antecedência “. O menino abriu aquele sorriso maroto de criança e disse: “Poderei conhecer o Rogério Ceni?”.

Isso me fez ver sobre a importância de termos profissionais gabaritados para orientar os jogadores de que eles não são só operários fazendo uma obra no gramado, e sim fonte de esperanças e alegrias de várias crianças como a que presenciei ontem.

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